A Internet e os Novos Percursos da Aprendizagem
A instituição escolar que nasceu para, entre outros objectivos, proporcionar a informação e promover o conhecimento, compete agora com várias fontes fornecedoras de informação ( como a televisão ou a internet), cujo fim principal não é formar nem educar. O conhecimento implica uma informação seleccionada, elaborada, interiorizada e adequadamente integrada nas estruturas cognitivas do sujeito ( Adell, 1997:8 ).
O problema provocado pelo "ruído" da superabundância de informação relaciona-se, então, não apenas com a sua aquisição mas com a selecção e produção da mesma.
O que equivale a dizer que "as diferenças se estabelecerão entre as sociedades capazes de produzir conteúdos e as que se limitarão a receber informações" ( UNESCO, 1998:57).
Então um outro factor, de não sumenos importância imerge da sucessiva e rápida transformação e inovação tecnológicas, o qual não deve ser ignorado pela escola. Desta característica, aliada á mobilidade humana, geográfica e profissional, ocorre a necessidade de uma educação ao longo da vida. Cada vez menos, a escola forma indivíduos que desempenharão, ao longo de toda a sua vida, uma única profissão. As preocupações do ensino actual estão centradas, de forma a dotar os formandos de versatilidade, capacidade de adaptação, autonomia, auto-conceito, selecção de informação, inovação e criatividade.
Ainda assim, numa percentagem significativa, a escola continua a ser um espaço excessivamente baseado na cultura oral e no texto escrito,substimando, outras linguagens como a plástica, a musical, a gestual e a cinestésica.
Em muitos casos o espaço e o tempo escolares estão desajustados do espaço e do tempo a que os alunos cada vez mais se habituam.
Enquanto se debatem teias de objectivos contraditórios, a discrepância entre o ensino de tradição formal e a realidade audiovisual, mediática, instantânea e global é cada vez mais ingente pois é uma realidade insofismável que a internet está a transformar a forma como trabalhamos, como aprendemos, como nos relacionamos com os outros.
O desafio colocado á educação na sociedade em rede consiste na utilização das redes informáticas de uma forma sinergética e na passagem de uma estrutura de ensino vertical, em que o professor assume o topo da pirâmide e transmite o conhecimento para a base da mesma, os alunos, para uma estrutura de ensino rizomática.
Neste quadro emergiria "um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e as aprendizagens em rede" (Lévi, 2000:168).
O professor passaria do papel de difusor de informação ao de animador e promotor do desenvolvimento da inteligência colectiva, ajudando os seus alunos a encontrar, organizar, recriar e gerir os saberes.
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